hoje vou fazer um post diferente, um comentário sobre a nova marca da pepsi, apresentada na última semana e sua repercusão nos blogs, fóruns e twitters web afora. como de costume, a maioria dos comentários foram de rejeição e digo que é de costume porque desde que me entendo por profissional e acompanho diversas listas de discussão vejo críticas vazias, quase amadoras, vindo das centenas de designers que temos por aí.
bradesco, xerox, vale, london2012 – só pra citar as mais famosas – receberam o mesmo tipo de crítica. que eram fracas, estranhas, "não tinham nada a ver", são pobres ou até mesmo fruto de plágio. ora, o que eu percebo é que a culpa não é do designer, mas sim de como o design trava sua batalha constante por atenção num mundo competitivo e precisa se aproximar do seu público a qualquer custo. e se a sua marca prefirida ficou mais pobre, é porque o público dela empobreceu também e exige cada vez menos para ser comprado.
voltando ao assunto principal, a nova marca da pepsi não tem "bolhas", não tem fontes impactantes, não tem luzes, não tem sombras, não tem efeitos do photoshop, não é 3D. mas tem o principal: contemporaneidade.
ela é hype, ela é cool, fica perfeita em movimento e essas são as tendências do design para as próximas décadas. pra entender melhor: quando foi divulgada a marca das olimpíadas de londres muita gente estranhou e desceu o pau. poucos lembraram que trata-se de uma marca para um futuro próximo que pela velocidade das mudanças sociais parece muito distante porque até lá muita coisa pode acontecer.
por outro lado, concordo que a nova marca da pepsi parece mais "fraca" ou mais "pobre" que suas antepassadas. é aí que está o que pra mim é o ponto mais triste de toda essa "tendência para o futuro": o enfraquecimento visual é fruto da nossa própria involução cultural, resultado de públicos de poucos estudos e de um mundo cada vez mais rápido que não nos dá tempo para pensar, analisar ou criticar o tsunami visual ao nosso redor. é cada vez mais comum nos depararmos com redesigns de marca que nos deixam a mesma impressão. vide os casos bradesco, xerox, vale, etc.
no entando, o que me intriga é que elas estão aí. firmes e fortes. o que me faz pensar que atualmente uma logo por si só, pouco diz sobre a empresa. por trás de uma nova marca haverá toda uma estratégia de lavagem cerebral marketing e mídia. e daqui há algum tempo, ninguém mais se lembrará da antiga marca.
pra concluir e não deixar dúvidas. pessoalmente falando: sim, eu acho que a marca poderia ser melhor. profissionalmente, a marca é ótima. é next generation. infelizmente.
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